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Povoado Quilombola de Santa Victória do Gama

O Povoado de Santa Vitória do Gama localiza-se na região rural do município de Pinheiro, próximo aos campos  alagadiços de Santa Sofia. Há cerca de 180 famílias no povoado, que conta com uma associação de moradores organizada para articular as atividades locais. 

As casas da comunidade são de taipa, alvenaria e adobe e a água consumida de poços e nascentes. O rio de  água doce do povoado é chamado “Rio de Janeiro” e tem sido prejudicado por “vários problemas ambientais”,  como relata uma moradora, a professora Maria Bárbara R. Costa.

As atividades econômicas são, principalmente, a agricultura familiar e a pesca artesanal. Há, contudo,  dificuldade de algumas famílias em ter acesso à alimentação, apesar da cesta básica que eventualmente chega por ser a comunidade já cadastrada como comunidade quilombola em associação comunitária do município de  Pinheiro. Dada às dificuldades, o benefício do Bolsa Família é uma importante fonte de auxílio. 

A comunidade de Santa Vitória do Gama originou-se a partir de mulheres negras vindas da região do Carrapicho, em São Bento, como conta a moradora Antonia Lopes, de 98 anos de idade. 

Ocuparam o lugar hoje chamado na comunidade de Oiteiro, dentro da própria comunidade de Santa Vitória do  Gama. 

Trabalhavam na extração e quebra do coco babaçu, desenvolviam também a agricultura de milho, feijão, mandioca, além da produção de farinha. A pesca artesanal e a criação de gado também compunham as atividades econômicas da comunidade. Todas essas atividades ainda constituem a principal fonte de alimentação e de renda.

O escoamento da produção era realizado por carros de boi que iam até o porto de Salina, onde seguiam viagem com canoas. Eventualmente chegavam com a mercadoria até São Luís, após dez dias de navegação. Atualmente utiliza-se a estrada de terra, antes inexistente.

Posteriormente, parte das terras que eram ocupadas foi vendida para o senhor Abílio Fernandes, português que  foi morar no povoado. Em 1933 e se casou com uma moradora local, Emília Sousa. Na atualidade, esse território pertence, parcialmente, aos herdeiros de Dona Inês Curica e outros moradores da Comunidade. 

As atividades religiosas periódicas relacionam-se aos festejos da Santa padroeira, além dos festejos de São  Sebastião e de Nossa Senhora de Aparecida. Destacam-se atividades tradicionais realizadas por benzedeiras,  que  “benzem o quebranto em crianças”. 

As atividades culturais que a comunidade identifica como importantes em sua história são: o forró de caixa, o  tambor de crioula e o Bumba-Meu-Boi de Zabumba.

Um aspecto destacado pelos moradores é a realização de atividades coletivas no cotidiano, como tapar casas  de barro, plantar roça, cobrir casas de palha, limpar cemitérios, reformar igrejas, fabricação da farinha, dentre 

outras.

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