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Povoado Quilombola de Jacaré

O Povoado de Jacaré possui 22 famílias e cerca de 140 moradores que se autoidentificam como quilombolas,  apesar de não terem a certidão da Fundação Cultural Palmares.

As terras onde vivem não são tituladas e, pelas condições, comprometem as condições de subsistência da  comunidade. O povoado não dispõe de espaço para plantar e fazer roça. Os donos das propriedades vizinhas  cerceiam a possibilidade dos moradores extraírem víveres nas áreas. “Tudo foi roçado”, dizem. Apesar disso,  tentam sobreviver pela agricultura e extrativismo, principalmente de babaçu. Nesse contexto, programas  assistenciais como o Bolsa Família são uma das principais fontes de renda.

O rio da região está seco. A água é proveniente de poço. Mesmo assim, o nível da água está baixo e não  atende  direito às necessidades da população. 

A comunidade surgiu a partir de migrações de outros povoados no entorno. Quando os primeiros moradores  chegaram, a área era “terra do estado”. À época, o lugar era “só mato”, conforme contava dona Casimira. 

Dentre os primeiros moradores da comunidade estão Leoádia, Natália, Dedé, João Barbeiro, Satiro...

Ilda e Benedita contam que quando chegaram ao povoado, as casas existiam “dentro do mato”, sem estrada  para acesso a cidade de Pinheiro.  “Nasci e cresci no Paraíso. São quase 40 anos que estou aqui”. Dona  Benedita acrescenta: “Aqui fazia parte do Paraíso. Mas para não confundir chamaram de Jacaré”. Isso porque  alguns dos primeiros moradores eram do antigo Povoado de Jacaré. São comunidades muito próximas. O local  chama-se jacaré exatamente porque esses animais “subiam” pelo rio. 

Os moradores de Jacaré residiam na área vizinha, “no mato”, e depois que foram para onde hoje se situa a  comunidade, “próximo à estrada”, foi “aos poucos que vimos chegando pra cá”. 

Em Jacaré as casas eram dispersas e distantes, com os moradores se encontrando para atividades eventuais detrabalho. 

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