
Quilombos de Pinheiro, Maranhão
Povoado Quilombola de Santa Rosa
As comunidades quilombolas de Santa Rosa e Santa Maria são vizinhas e compartilham suas histórias e territórios.
O povoado de Santa Rosa possui cerca de 210 moradores e a comunidade se autodefine como quilombola, já possuindo processo administrativo aberto no INCRA visando à regularização fundiária como terra de quilombo.
As casas do povoado são construídas de taipa, alvenaria e madeira. A água consumida é proveniente de poços e o esgoto é escoado a céu aberto ou destinado ao que localmente é chamado de “cistina”, isto é, um buraco aberto no chão sobre o qual as necessidades fisiológicas são feitas a partir de uma proteção de tábuas. A falta de banheiro nas casas é, portanto, predominante.
O lixo produzido é queimado. Quando precisam de médicos, os moradores se deslocam para o centro de Pinheiro.Não há no povoado tratamento dentário. Por outro lado, os moradores têm energia elétrica e alguns usufruem da Tarifa Social para consumidores de baixa renda.
Existe escola de nível fundamental I no povoado, ou seja, contempla o primeiro ciclo do ensino básico. Segundo os moradores, chega material didático para as crianças.
A agricultura, a pesca e o extrativismo são as principais fontes de renda dos moradores.
Todavia, há dificuldades para obtenção de alimentos por parte de alguns moradores. Apesar disso, a comunidade não recebe cesta básica do Governo Federal, mas recebe o programa Bolsa Família e também o Benefício de Prestação Continuada.
A comunidade recebeu assistência técnica para melhorar sua produção. Apesar disso, quando há, não conseguem vender o excedente da produção às entidades governamentais por meio de programas de aquisição de alimentos.
Os moradores contam que a região teve como uma das primeiras moradoras a senhora Mundica Jardim, como conta Raimundo Rosa Lobato, presidente da associação de moradores:
"Segundo minha bisavó contou para minha avó, eles foram quase os primeiros a chegar aqui para trabalhar com Mundica Jardim. A Mundica Jardim era uma mulher que tinha várias pessoas que trabalhavam pra ela. Ela chamava pessoas de Cafundó, Bacabal e outras pessoas para trabalhar com ela, que também tinha gado (Raimundo Rosa Lobato, Didi)".
Os ex-escravos provinham das fazendas da região, da área onde atualmente se encontra a Comunidade Quilombola de Cuba e da Fazenda Santa Maria e do Engenho do Rio Pericumã.